segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Pequenos e Terriveis

Pequenos e terríveis
O seu filho é impulsivo, não se consegue concentrar, nunca está quieto e tem fraco aproveitamento escolar? Então, talvez sofra de hiperactividade!
Não sossegam um minuto nem dão um minuto de descanso a quem as rodeia.
Parecem ligadas à corrente, alimentadas por uma fonte inesgotável de energia, de tal modo que deixam pais e professores à beira de um ataque de nervos.
São assim mesmo as crianças hiperactivas - ou seja sofrendo de Desordem por Défice de Atenção com Hiperactividade (DDAH), expressão utilizada pela primeira vez em 1994 pela Associação Americana de Psiquiatria.
Foi então definida como caracterizando-se por "um padrão persistente de falta de atenção e/ou impulsividade, com uma intensidade que é mais frequente e grave que o observado habitualmente nos sujeitos com um nível semelhante de desenvolvimento".
Em termos práticos, uma criança com DDAH manifesta na sua actividade diária comportamentos em que a actividade motora é muito acentuada e inadequada ou excessiva.
São crianças que têm muita dificuldade em permanecer no seu lugar, que se mexem ou baloiçam continuamente, que mantêm um relacionamento difícil com os colegas, intrometendo-se nas suas brincadeiras.
Mas - atenção - nenhuma destas manifestações deve ser confundida com má educação. E o facto de uma criança ser muito irrequieta e exuberante não significa, necessariamente, que seja hiperactiva.

Um sério obstáculo à aprendizagem
Normalmente é quando a criança começa a frequentar a escola que o problema se detecta, na medida em que os sintomas de que se faz acompanhar podem constituir um sério obstáculo à aprendizagem na infância.
É preciso ressalvar que a hiperactividade não constitui, em si mesma, um problema específico de aprendizagem, mas pode dificultá-la, ao interferir com a concentração e a atenção.
E isto porque a atenção é um requisito fundamental para o processo de aprendizagem, devendo ser selectiva e contínua, ou seja, orientada para um estímulo relevante e manter-se nele por um período de tempo alargado. Só que a atenção de uma criança hiperactiva dispersa-se com muita facilidade, perdendo-se em estímulos irrelevantes para a tarefa que está a ser realizada.
A DDAH é considerada uma perturbação com uma relação estreita com o meio. As expectativas e exigências do meio têm um impacto directo nas dificuldades que essas crianças sentem.
Assim, os problemas tendem a agravar-se onde se espera que a criança seja mais vista do que ouvida, onde se requer que ela preste atenção e exiba um comportamento calmo e exemplar.
E a escola é um desses ambientes, daí que os professores sejam os primeiros a queixar-se do comportamento das crianças hiperactivas. Mais do que a família, são eles que se apercebem da desordem.

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